domingo, 7 de junho de 2015

RESUMO: ANATOMIA VASCULAR DO ENCÉFALO E DA MEDULA

Anatomia Vascular do Encéfalo e da Medula
A irrigação arterial do encéfalo se dá principalmente por dois sistemas, o anterior (carotídeo) e o posterior (vertebrobasilar), formado cada um por um par de calibrosas artérias que penetram o crânio e nutrem a maioria das estruturas intracranianas.
O sistema carotídeo é composto por um par de artérias carótidas que ascendem pela face anterolateral do pescoço, posteromedialmente ao músculo esternocleidomastoideo, penetra o crânio no osso petroso e ganha o seio cavernoso perto do III, IV, V e VI nervo craniano e logo depois se bifurcando em artéria cerebral anterior e artéria cerebral média. Através dos seus ramos supre a parte anterior da circulação encefálica, lobos frontal, parietal, a maior parte do lobo temporal e os núcleos da base. A cerebral anterior nutre as estruturas mediais e a cerebral média nutre as estruturas corticais laterais, a maior parte dos núcleos da base e o ramo posterior da cápsula externa. 
O sistema vertebral é compsoto pelas artérias verterais, que emergem das artérias subclávias e ascendem (segmento pré-vertebral) através dos forames vertebrais da coluna cervical a partir de C6 (segmento transversário). Ao nível de C1 curva-se posteriormente até chegar a dura-máter (segmento atlântico) e ganha o crânio através do forame magno (segmento intracraniano). Ao penetrar no crânio as duas vertebrais se unem e formam a artéria basilar, emitindo antes dois segmentos que se unem e formam a artéria medular anterior, que desce pela face ventral da medula. Ainda antes da formação da basilar, as vertebrais dão origem a artéria cerebelar póstero-interior (PICA). A artéria basilar por sua vez ascende pela face ventral da ponte e ao nível do mesencéfalo, na fossa interpeduncular se bifurca nas duas artérias cerebrais posteriores. A artéria basilar através de seus ramos perfurantes nutre a região posterior do encéfalo incluindo tronco encefálico, cerebelo, tálamo, lobos occipitais e temporais inferiores. Seus ramos principais são a artéria cerebelar anterior inferior (AICA), artéria do labirinto, artéria cerebelosa superior e finalmente as artérias cerebrais posteriores, que correm através da cisterna ambiens. A artéria vertebral origina alguns ramos meníngeos que irrigam a dura-máter da fossa posterior.
A drenagem venosa do encéfalo se dá através dos seios venosos, das veias superficiais e das veias profundas. Os principais seios venosos são o seio sagital superior, sagital inferior, seio reto, seio transverso, seio occipital, seio sigmóide, seio petroso superior e inferior, seio cavernoso e seio esfenoparietal. O seio sagital superior (SSS) drena o couro cabeludo, crânio, veias meningeas e cerebrais além de promover a reabsorção liquórica através das granulações aracnóides. O seio cavernoso drena a veia oftálmica superior para os seios petrosos e contém os nervos cranianos III, IV, V e VI. O seio petroso superior drena o seio cavernoso, o seio petroso inferior drena do seio cavernoso e do tronco cerebral para a veia jugular interna. O seio reto drena o seio sagital inferior e a veia cerebral magna para a confluência dos seios. O seio transverso drena da confluência dos seios para os seios sigmoideos. O seio sigmoideo drena do seio transverso para o forame jugular até se tornar veia jugular. As veias superficiais são as cerebrais superficiais que correm no espaço subpial, originam-se no encéfalo e drenam para os seios da dura-máter; As veias meningeas que drenam as meninges para os seios venosos e por fim as diplóicas e emissárias que drenam por dentro do osso (através da díploe) para os seios venosos. As veias profundas são as veias subependimárias, como a tálamo-estriada que drena o núcleo caudado, cápsula interna e substância branca profunda do lobo parietal e corre dentro do ventrículo lateral, saindo do mesmo e tornando-se as veias cerebrais internas. A veia basal de Rosenthal une-se à cerebral interna para formar a veia cerebral magna ou veia de Galeno.

A medula espinhal é nutrida principalmente pela artéria espinhal anterior, originada das artérias vertebrais que se fundem no ventre da medula oblonga. No dorso da medula correm as duas artérias espinhais posteriores originadas também da vertebral. Todas essas artérias espinhais recebem suprimento adicional das artérias radiculares que saem da aorta. A artéria radicular anterior maior (ou artéria de Adamkewicz) supre a medula espinhal de T8 ao cone medular. Os segmentos de T3 a T8 são os mais vulneráveis à isquemia devido a irrigação mínima de sangue recebido principalmente das artérias radiculares nestes níveis. A drenagem venosa da medula espinhal é feita pelas veias espinhais que correm junto às artérias espinhais anterior e posteriores, também pelas veias radiculares que correm junto às artérias radiculares e pelo plexo venoso vertebral interno e externo. O plexo venoso não tem válvula permitindo facilmente o implante de lesões metastáticas e de focos de infecção.

Dr. Bernardo de Andrada

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