segunda-feira, 22 de julho de 2013

Um poema para o Papa

Um poema para o Papa Francisco, inspirado em sua visita à cidade do Rio de Janeiro:


Papa Francisco seja bem vindo
Nas terras de Cabral
aqui nós vamos indo...
Habitando a terra dos índios.

Sinta nosso sol e veja nosso mar
Arara Azul, Tucano e Tamanduá
Me perdoe Vossa Santidade
Mas para as nossas mulatas o senhor não pode olhar

Sinta la alegría de nosotros
Sempre falada pelo mundo afora
Mas que está sendo subtraída
Junto com a paz e o sossego lá fora

Aprendemos com o futebol
Esperança aqui tem de sobra
Aos quarenta e sete do segundo tempo
O jogo acaba que se desdobra

Santidade trará a luz
Levará daqui o rancor
E lembrará que nessa terra
Está faltando praticar o amor


Autor: Bernardo de Andrada


Pope Francis waves from the popemobile on his way to the Guanabara Palace afon. Pope Francis landed in Brazil on for his first overseas trip as pontiff to attend the international festival World Youth Day in Brazil, the world's biggest Catholic country. Photograph: Ari Versiani/AFP/Getty Images
Foto retirada do site do jornal The Guardian


Pilgrims with the Argentinian national flag gather by the Christ the Redeemer statue in Rio de Janeiro, Brazil. Pope Francis is due to arrive in Rio today to attend the week-long Catholic World Youth Day.
Foto retirada do site do jornal The Guardian

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Poema do Cirurgião

PARTE 1

Passa o dia no centro cirúrgico
Sem fazer questão de luxo
Só querendo dar o impulso
Pra natureza seguir seu fluxo

Feliz de quem pode tratar
Aconselhar e remediar
E se precisar cirurgiar
Com coragem vai encarar
  
Conhece a fundo a anatomia
E a linhagem da neoplasia
Se um pouco sangra sua cirurgia
Quebra assim a monotonia

Prático e sempre obejtivo
Evita ao máximo ser emotivo
Se frente um caso mais altivo
Logo se torna pensativo

Luta sempre contra a vaidade
E procura pela humildade
Mas bem no fundo ele sabe
Seu trabalho é obra de arte


Autor: Dr. Bernardo de Andrada 



PARTE 2

POEMA DO CIRURGIÃO - PARTE 2

Movimentos com decisão
Sem dúvidas em sua razão
Aspirador a lhe dar caminho
E um bipolar na outra mão

Não sente nem sede nem fome
Concentração é a sua fonte
Enquanto as horas se consomem
Deus trabalha na mão do homem

Coagula os pequenos vasos
Amarra bem forte os mais largos
Seu campo é limpo e arrumado
E pensa nos próximos passos

Segue firme em sua batalha
Sem fazer questão de mais nada
Aos poucos o tumor se acaba
E assim termina sua jornada

Com uma gaze no leito tumoral
Confere se sangra o tal local
Repõe a peça fornto-orbital
E agradece ao seu pessoal

Retira a luva e o avental
E descreve o seu autoral
Diz um adeus bem gestual
E bem discreto deixa o local

Diz-se que é bem sucedido
Ou até mesmo muito sabido
Mas nem todos ali sabiam
Que da ciência ele havia bebido


Autor: Dr. Bernardo de Andrada - neurocirurgião
be.andrada@yahoo.com.br