sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mobile, smartphones and Medicine


Sometimes I realize I’m thinking about what Chacrinha (one of the biggest brasilian TV presenter dead in 1988) would do in the age of mobile technology. Certainly Chico Science (Famous brasilian singer dead in 1997) would post your ideas on facebook and twitter. No shortage of speculation about the future, or rather about the present when we are talking about the internet technology. Moreover a hacker from north american said that the smartphones are government tool for spying, giving up older expensive devices.
Regardless of discussions among TV presenters, hackers and singers, the communication revolution, specifically when we talk about social media and smartphones, is very usefull in medicine. They are bringin online and real-time current opinion and also facilitate communicating among members of staff and improving the approach to the patients. Besides the discussion at real-time of controversial cases in scientifical fóruns on social media are making diagnoses and treatment easier.
The communicate between staffs, residents, fellows and chief, and also nurses and another members of multidisciplinary team could be easier through e-mail groups where you can write reminder and pending, as well general information. The Facebook and LinkedIn can bring union between persons and can host fóruns where we can talk to colleagues from another countries and discuss our more difficult decisions. Nowadays the surgeon capture the image of CT scan and share with doctors from all over the world. The LinkedIn is a network, more usefull when we are talking about job opportunity, indication and Professional reference. Recently, the world had the first brain surgery, transmitted in social media on the United States and was watched for about 14 million people amongst doctors and general people. Today we have a chance to share a vídeo of our surgeries with another doctors and get other opinions, improving the outcome.
When we are talkin about medical education, the mainly apps are twitter and RSS feeds. Through them is possible to sign and follow some journals and medical association and receive current papers, general news and informations about congresses and simposium.
Sharing pdf files, text and excel documents besides pictures and vídeos with another members of team is possible thanks to “cloud” technology. Nowadays the resident elaborates an abstract and before submit to next congress, he shares with the staffs and chief to check if it’s correct. The main apps are DropBox and iClouds.
Although all this Technology and promises, the most important issue is the conscient use of this tools, bringing the better approach to the patient without his exposure. It’s essential to respect the privacy of the patients and medical ethics. If the doctors knows the perfect way to use this tools above, undoubtly the most benefited is just the patient.
“Computers make art and artists make money” (Chico Science)

Bernardo de Andrada

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Crônica da Residência em Neurocirurgia


Depois de quase cinco anos completos frequentando assiduamente centro cirúrgico e enfermaria de neurocirurgia em certo hospital público da cidade do Rio de Janeiro, posso considerar que amadureci muito em vários aspectos, tanto pessoal e emocional como técnico e científico. Ainda não cheguei à conclusão se esses anos demoraram muito ou se passaram muito rápido, mas no meio deles, tenho a certeza que vivi “hospital público” o equivalente a mais de dez anos, cada ano valendo por dois ou mais, já que passei por todos os tipos de situações e, principalmente, aprendi a me virar sozinho. Dentre todas essas situações, é claro que uma porcentagem das mais inusitadas da minha vida está inclusa.
Confesso que tendo a oportunidade de escolher entre grandes e tradicionais hospitais públicos da antiga capital federal, que concentram suas forças em cirurgias eletivas, com certo medo optei por um com uma grande emergência aberta. Lá as salas eletivas eram disputadas quase a tapas e bate-bocas entre os cirurgiões de diversas especialidades, assim como as cirurgias de emergência que não paravam de brotar porta adentro.
Na faculdade, sempre ouvia muito falar que na época da residência, o que mais importava ao cirurgião era as “horas de vôo”, ou melhor, “horas de centro cirúrgico”, e que, um hospital com um volume cirúrgico alto seria assim o modelo de residência. Demorei a crer nisso e ainda acho que cabem ponderações, de fato aprendi assistindo bons cirurgiões que a experiência não tem como se ganhar num curso, num livro ou num slide do power point, e que, ela é sim, um diferencial que não são todos que a obtém.
A experiência no entanto não é uma ferramenta útil quando não se sabe o que existe por trás de cada estrutura anatômica. Em cada curso que frequento, percebo que quanto mais estudo menos anatomia eu sei e que, a sensação que tive que esta seria uma ciência limitada é ledo equívoco, é simplesmente infinita. Senti falta de aulas práticas de anatomia em peças, de um professor doutor dissecando cadáveres comigo e de um laboratório de microcirurgia para explorar os espécimes. Enfim, valeria escolher a experiência e abdicar da teoria mastigada? Não haveria uma maneira de fazê-los coexistirem?
Escolha feita o que resta é mergulhar na prática e nadar como se fosse uma criança em uma piscina de clube de verão. Descobri que a teoria e a prática, na prática, se retroalimentam através de um cabo que se chama CURIOSIDADE. O que via acontecer sob os campos operatórios, me deixava faminto para abrir o atlas de anatomia e saber o que havia ali por trás, saber como havíamos chegado até ali e se mexêssemos em tal estrutura o que ocorreria. Enfim descobri porque os curiosos são pessoas no mínimo diferentes e deixei de nos ver como possuidores de um defeito, e sim, de uma qualidade que impulsiona o estudo e engorda o conhecimento.
 Naveguei alguns anos pela prática do SUS, desde ressucitações cárdio pulmonares na calada da noite, inúmeras intubações orotraqueais, trepanações manuais e drenagem de hematoma subdural crônico em mais de um paciente no meio da madrugada. Depois passei a frequentar as eletivas e ganhei espaço como auxiliar de residentes mais velhos, fui observando toda a movimentação das mãos e a verdadeira dança dos dedos dos cirurgiões mais antigos, adquirindo experiência gradativamente e ganhando coragem para construir minhas primeiras artrodeses, verdadeiras obras como meus olhos as viam e admiravam. Ao conquistar a dissecção das cisternas da base do cérebro me senti como um verdadeiro mergulhador explorando e descobrindo as belezas das profundezas da neuroanatomia.
Atualmente vejo os novos residentes e me vejo há 5 anos atrás, cheios de dúvidas e incertezas quanto à escolha feita para o local do treinamento. Como diriam os antigos, “quem faz a escola é o aluno”, sendo assim concluo que eu fui um bom aluno. Ao terminar cada aventura no centro cirúrgico, já que considero cada cirurgia uma experiência única, mesmo que seja em patologias idênticas, consigo colocar o pé no chão, olhar para trás e saber que valeu a pena cada hora de sono perdida, cada minuto de fome passado, cada bronca engolida a seco e cada fio de cabelo branco que me surgiu. Eu olho no espelho o considero os pequenos fios brancos verdadeiros calos desse período, mas que podem ser interpretados como marca de um GUERREIRO, que todo RESIDENTE de NEUROCIRURGIA tem que ser. Fernando Pessoa tinha razão quando disse que tudo valia a pena para os que tinham alma grande.

Bernardo de Andrada

segunda-feira, 11 de junho de 2012

BLOG DO NEUROCIRURGIÃO JOVEM

O termo "Neurocirurgião Jovem" define os médicos que já terminaram a residência em neurocirurgia e possuem menos de 35 anos, portanto, uma considerável parcela de "neurocirurgiões jovens" desembocam no mercado todo ano, geralmente sedentos por produzir conhecimento científico e cheios de disposição para trabalhar. Através deles é concretizada uma boa parte do intercâmbio neurocirúrgico mundial, visto que muitos optam por fellows em outros países e geralmente retornam à sua nação de origem levando consigo novos conceitos. Constituem uma peça fundamental no processo de aprimoramento das técnicas operatórias e, por esse motivo, resolvi mudar o nome para "BLOG DO NEUROCIRURGIÃO JOVEM", visto que nesse espaço pretendo falar sobre novidades e tecnologia em neurocirurgia além de neurociências em geral, sendo também uma homenagem à essa classe.

Bernardo de Andrada

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mobilidade, redes sociais e medicina

As vezes me flagro pensando o que será que o velho Chacrinha estaria aprontando na era da tecnologia da comunicação móvel. Com certeza o Chico Science estaria divulgando suas idéias e seu som pelo twitter, blog e facebook até porque naquela época já havia previsto os dias atuais. Não faltam especulações sobre o futuro, ou melhor, o presente, quando o assunto se trata de tecnologia, inclusive, um hacker americano chamado Christopher Soghoiane afirma que os smartphones são fomentados pelos governos por se tornarem uma ferramenta barata e fácil de espionagem, dispensando assim aparatos complexos e caros.
Discussões entre hackers, artistas, músicos e comunicadores à parte, a revolução na tecnologia das telecomunicações, especialmente no que diz respeito ao uso de smartphones e das redes sociais, vêm sendo muito útil para a área de saúde, especificamente na medicina. Vêm contribuindo para atualização científica constante e imediata, além de estreitar a comunicação entre membros da equipe médica facilitando a logística do atendimento e funcionamento dos serviços. Outra novidade é a discussão de casos cínicos em fóruns científicos facilitando o raciocínio diagnóstico e a conduta terapêutica.
A comunicação entre staffs, residentes, fellows e chefe, incluindo também enfermeiros e equipe multidisciplinar, pode ser facilitada através de grupos de e-mail possibilitando lembretes e pendências, além de informativos gerais. O uso do Facebook e LinkedIn pode aproximar os laços pessoais entre os membros da equipe, além de hospedar fóruns onde é possível discutir casos clínicos com colegas de outros países e ter ajuda na decisões de conduta em situações mais controversas. Atualmente o cirurgião entra no seu consultório, captura a imagem da tomografia no negatoscópio através do seu smartphone e discute o caso quase que instantâneamente com colegas de todos os quatro cantos do mundo. O LinkedIn trata-se de um network,  mais lembrado quando o assunto é uma oportunidade de emprego, uma indicação ou referência profissional. Recentemente, ocorreu a primeira cirurgia transmitida ao vivo por uma rede social nos Estados Unidos e atingiu pouco mais de 14 milhões de expectadores entre médicos e público em geral. A possibilidade de obter vídeos de cirurgias e os compartilhar com colegas que possam opinar e criticar influencia ativamente no resultado positivo da operação.
No quesito atualização médica continuada os principais aplicativos utilizados nos smartphones  são o twitter e os RSS feeds, ferramenta muito utilizada em blogs para receber atualizações. Através deles é possível o usuário seguir ou assinar determinadas entidades como por exemplo perfis de periódicos e receber abstracts e artigos científicos recém publicados em seu celular. É possível também seguir o perfil de uma sociedade médica, receber informativos e notícias sobre eventos, encontros, congressos, simpósios, reuniões e eleições entre outras.
O compartilhamento de fotos de exames, documentos de texto do word e pdf, planilhas do excel, escalas e arquivos em geral também é possível em tempo real. O residente elabora um resumo científico e através do iPhone o disponibiliza para todos os staffs conferirem antes de submeter para o próximo congresso científico. Isso é possível graças à tecnologia do armazenamento virtual, os arquivos ficam disponíveis na chamada “nuvem” através da criação de uma conta em sites como, por exemplo, o DropBox.
Dentre todas essas tecnologias, penso que o equilíbrio pessoal para seu uso e exploração seja ideal apenas para extrair benefício, sem causar danos aos pacientes como, por exemplo, expô-los. É fundamental sempre ter em mente a preocupação de preservar a privacidade e respeitar o código de ética médica que, inclusive recentemente publicou atualizações de normas para o uso de tais ferramentas. Sem dúvidas, o principal beneficiado do bom uso por parte dos médicos da mobilidade e redes sociais, sem dúvidas, será o paciente.
Creio que nos dias de hoje, um médico inteligente e, com todos os aparatos de comunicação disponíveis, jamais iria se “estrumbicar” como diria o velho Chacrinha.
“Computadores fazem arte, artistas fazem dinheiro” (Chico Science).